
OIÇA O QUE O SEU CORPO LHE DIZ
O nosso corpo está constante e continuadamente a transmitir-nos informações.
As informações que o nosso corpo transmite devem ser correctamente interpretadas, nem por excesso nem por defeito, de modo a podermos valorizá-las e dar-lhes a devida atenção. Em suma, devem ser interpretadas na justa medida.
Mas como saber se uma manifestação orgânica é normal, ou se requer outros cuidados ?
Como saber se devemos recorrer ao médico ou não ?
De facto, há situações que não nos oferecem dúvidas, uma dor intensa e persistente, uma febre que se prolonga e que não cede aos medicamentos caseiros e habituais, uma dor forte no peito com sensação de falta de ar, etc.,etc.,etc… Mas mesmo nestes casos, o “limiar” que determina o recurso ao médico é altamente variável entre os indivíduos.
Ou seja, por via de regra, estamos habituados a reagir retroativamente, procurando resolver a sintomatologia depois de ela já ter surgido com alguma exuberância e persistência. Chama-se a isto combater as consequências. Como resultado, obtemos uma vida com muito mais sofrimento do que se reagíssemos proativamente, através da interpretação correta dos sinais que o nosso corpo nos transmite, tratando-os precocemente se for caso disso, e efetuando os exames de rotina e de prevenção que se adequam a cada fase da nossa vida, desde a infância à velhice.
Há doenças que não apresentam sintomas evidentes, como por exemplo a hipertensão. Não dói. É silenciosa. Só sabemos se temos se medirmos a nossa pressão arterial. É um risco vivermos com hipertensão não controlada. Este é um claro exemplo em que tratar as consequências comporta muito mais sofrimento do que prevenir. Com a Síndrome Metabólica, tão frequente na nossa sociedade numa faixa etária média da vida, acontece exatamente o mesmo. Com a diabetes tipo 2, também pode acontecer o mesmo. Estas três situações clínicas e muitas outras, beneficiam claramente da prática de exercício medicamente orientado. Durante o exercício vários sinais de alerta, de uma multiplicidade de doenças, se manifestam de forma bem mais precoce do que se formos sedentários. Os praticantes regulares de exercício conhecem melhor o seu corpo, interpretam melhor aquilo que o seu corpo lhes diz e têm tendencia para mais cedo tomarem as medidas corretas e necessárias à preservação do seu estado de saúde.
Mas, não exagere, não seja obsessivo com a doença, conheça o seu corpo, interprete bem os sinais, previna a doença realizando os exames adequados à sua condição – idade, sexo, profissão, perfil de risco.
A nossa actividade consciente e racional também é caracterizada pela capacidade em ouvir-mos o nosso corpo. É um treino que temos de fazer. Seja ativo, combata o sendentarismo, alimente-se adequadamente e, conte com o seu médico – o seu verdadeiro “treinador” neste domínio.